Nós do Universo do Vinil fomos procurar 3 empreendimentos que poderiam ser visualizados como ícones da atual cultura do vinil. Seriam empreendimentos que ajudaram a alavancar esta cultura, dando mais substancialidade aos projetos que envolvem discos de vinil e que auxiliaram a manter esta cultura mais viva, pulsante e mais presente na indústria da música brasileira e nos toca-discos dos amantes dos bolachões. Assim, na redação do UV nos perguntamos: quais seriam 3 empreendimentos que poderíamos chamar como patrimônios da cultura do vinil?
Na matéria anterior (de 08/02/2021 que você pode ler aqui) apresentamos um destes empreendimentos e agora vamos a outro.
Os três ícones da cultura do vinil brasileiro
Vamos chamar a atenção novamente que isto não é um ranking. Para nós, não existe o primeiro, segundo e terceiro colocados. Todos os três, nos seus respectivos campos e atividades representam o que de mais substancioso surgiu no Brasil para a conservação da cultura do vinil. Todavia, para facilitar nossa escrita optamos em trazer cada um de acordo com a data de nascimento.
Queremos deixar claro que quem nos proporciona vivenciarmos os discos de vinil são os artistas, contudo, sabemos que sem alguns outros aspectos, a cadeia da música se torna incompleta, portanto, damos um verdadeiro salve em alto e bom som às estrelas da nossa música (famosos ou não).
Também salientamos que existem selos e gravadoras que estão há anos no mercado lançado discos de vinil – mesmo quando o vinil foi “decretado” como obsoleto e sumido do mercado. A estes selos e gravadoras nosso muito obrigado, mas precisamos falar de outros componentes desta indústria fonográfica que juntos fazem as canções saírem dos compositores e compositoras, músicos, cantores e cantoras até chegarem a nossos ouvidos.
Noize Record Club: patrimônio da cultura do vinil brasileiro

O Noize Record Club (NRC) nasceu em 2014 numa ação da Noize Media, a partir de sua Revista Noize que já estava no mercado desde 2007. Foi pensado como um clube de assinaturas para amantes do vinil sendo o precursor deste tipo de negócio do vinil na América latina. Inicialmente o clube era bimestral e passou a ser mensal poucos anos depois de sua inauguração.
De acordo com o site oficial do NRC, “o primeiro clube de assinaturas de discos de vinil da América Latina se consolidou como um dos principais agentes de fomento da cultura do vinil no Brasil. Pelas mãos dos nossos assinantes, já passaram reedições de álbuns históricos e dificílimos de se achar em sebos, como Os Afro-Sambas (1966), de Baden Powell e Vinicius de Moraes, o álbum homônimo Gilberto Gil (1968) e Tem Que Acontecer (1976), de Sergio Sampaio, além de termos feito a primeira versão em vinil de 9 Luas (1996), d’Os Paralamas do Sucesso. Também lançamos vários álbuns que se tornaram clássicos contemporâneos, como Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos (2009), do Otto, Letrux Em Noite de Climão (2017), da Letrux, o homônimo BaianaSystem (2009), Dancê (2015), da Tulipa Ruiz, Tônus (2018), do Carne Doce, Japan Pop Show (2008), do Curumin, Xenia (2017), de Xenia França, e Lá Vem a Morte (2017), do Boogarins”.
A revista e o vinil
Desde o surgimento da Noize Record Club, a revista NOIZE impressa passou a ser entregue aos assinantes do clube em um kit exclusivo acompanhada do LP de cada edição. Criada e editada em parceria com os artistas lançados, a revista é uma plataforma visual que expande os sentidos de cada álbum apresentado. E cada disco vem com design da época (se for relançamento) reestilizado (com acréscimos de outras informações visuais ou não) e são todos, geralmente, coloridos, em 140 gramas ou mais e com encartes muito bacanas e especiais.
UV na Noize

Em 2017 o Universo do Vinil foi visitar as instalações do Noize Media em Porto Alegre/RS para uma entrevista com os editores do clube da época: Marília Feix e Ariel Fagundes – que continua nesta função até hoje. O programa era o Conversa de Vinil da rádio UFS FM e você poderá escutá-lo aqui. A visita foi muito bacana e ficamos espantados com a determinação e as ideias do pessoal do Noize em manter e perpetuar a cultura do vinil no Brasil.
Um empreendimento que deu certo:
O NRC deu muito certo, mostrando que este tipo de empreendimento no Brasil é possível, influenciando a abertura de negócios similares. É tão aclamado pelos assinantes e amantes do vinil que existe, inclusive, grupos nas redes sociais para falarem sobre os discos, proporem edições, reedições e trocarem e venderem álbuns do clube para completarem as coleções ou se desfazerem daqueles que menos gostaram por algum de maior interesse.
Um fenômeno que o Noize Record Club sem querer acabou criando foi a alta cotação de certos títulos lançados, onde no mercado de vinil usado passaram a valer mais de R$300,00 e muitos ultrapassaram valores acima de R$ 500,00 ou R$ 1000,00.
O Noize Record Club está aí, desde 2014 trazendo alegria para os assinantes e também para os não assinantes, pois no início da campanha de cada novo título é possível fazer uma compra avulsa. Mas, vale um recado: esta venda avulsa fica por tempo determinado e são poucas unidades disponíveis para não-membros.
O Noize Record Club realmente agitou e agita a cultura do vinil. É, de fato, um dos mais importantes agentes de fomento da cultura do vinil no Brasil. A cada mês um disco é ofertado aos assinantes e pode ser um título novo ou um relançamento, mas sempre são pérolas da música ou galera nova que promete. Movimentam, inclusive, a imprensa nacional que acaba emitindo vários artigos em jornais e revistas especializados ou não sobre o novo álbum lançado. Isso é bom para o artista e para o membro do clube, pois, indiretamente acaba recebendo mais informações sobre o vinil do mês.
Vida longa ao Noize Record Club! Ícone da cultura do vinil brasileiro!
Para saber mais, visite o site do NRC em https://www.noizerecordclub.com.br/
Alguns discos do acervo do UV do NRC:







Detalhe do Abaixo de Zero: Hello Hell
Foto da capa: acervo do Noize Record Club
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Todo domingo às 19h na Rádio UFS FM 92,1 tem o programa Conversa de Vinil
Você pode escutá-lo pela web em radio.ufs.br ou a partir do podcast, clicando aqui
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